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Foto do escritorDafne Marques

A melanina e o sistema imunitário

A melanogênese é o processo responsável pela síntese de melanina que ocorre em células especializadas, os melanócitos. Esta é armazenada em vesículas denominadas melanossomas na forma de microgrânulos, e, em seguida, transportadas para queratinócitos adjacentes, fornecendo pigmento.




A melanina é uma macromolécula complexa carregada negativamente e de alto peso molecular, formados pela polimerização oxidativa de compostos fenólicos e/ou indólicos e, posteriormente, denominada de eumelanina e feomelanina. De modo geral, esses pigmentos desempenham papéis que incluem, principalmente, pigmentação e proteção contra danos ao DNA provocados pela radiação ultravioleta (UV).


Além disso, estudos revelaram que a melanina apresenta capacidade antioxidante e outras propriedades, como sua atividade anti-inflamatória na regulação da produção de citocinas e aumento da fagocitose, sugerindo que ela pode servir como um agente imunomodulador.


Essa propriedade da melanina já foi observada em microrganismos patogênicos capazes de produzir melanina, observando uma relação com o aumento da virulência, resultando em proteção das células fúngicas contra oxidantes microbicidas e impedindo o desenvolvimento da resposta imune celular.


Muitas doenças se originam da transformação de melanócitos e da produção desregulada da melanina, ou seja, o pigmento está implicado na patogênese de várias doenças, além de algumas infecções fúngicas, o melanoma maligno, a doença de Parkinson, o vitiligo, entre outras.


Apesar de já existirem estudos que elucidam vários mecanismos de proteção existentes nos melanócitos para diminuir o risco representado pelo processo de melanogênese, é importante um melhor entendimento da imunogenicidade das melaninas. Entretanto, o estudo da melanina apresenta dificuldades pois, como citado anteriormente, as melaninas são insolúveis e resistentes à análise por técnicas convencionais de bioquímica e biofísica. Logo, há evidências circunstanciais de que a melanina pode ser imunogênica, mas isso não foi rigorosamente estabelecido.


Referências


  1. SHAIN, A. Hunter; BASTIAN, Boris C. From melanocytes to melanomas. Nature Reviews Cancer, v. 16, n. 6, p. 345-358, 2016.

  2. SARNA, Michal et al. Melanin presence inhibits melanoma cell spread in mice in a unique mechanical fashion. Scientific reports, v. 9, n. 1, p. 1-9, 2019.

  3. CICHOREK, Mirosława et al. Skin melanocytes: biology and development. Advances in Dermatology and Allergology/Postępy Dermatologii i Alergologii, v. 30, n. 1, p. 30-41, 2013.

  4. ITO, Shosuke; WAKAMATSU, Kazumasa. Quantitative analysis of eumelanin and pheomelanin in humans, mice, and other animals: a comparative review. Pigment cell research, v. 16, n. 5, p. 523-531, 2003.

  5. NOSANCHUK, J. D.; ROSAS, A. L.; CASADEVALL, A. The Antibody Response to Fungal Melanin in Mice. The Journal of Immunology, p. 7, [s.d.].

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