A melanogênese é o processo responsável pela síntese de melanina que ocorre em células especializadas, os melanócitos. Esta é armazenada em vesículas denominadas melanossomas na forma de microgrânulos, e, em seguida, transportadas para queratinócitos adjacentes, fornecendo pigmento.
A melanina é uma macromolécula complexa carregada negativamente e de alto peso molecular, formados pela polimerização oxidativa de compostos fenólicos e/ou indólicos e, posteriormente, denominada de eumelanina e feomelanina. De modo geral, esses pigmentos desempenham papéis que incluem, principalmente, pigmentação e proteção contra danos ao DNA provocados pela radiação ultravioleta (UV).
Além disso, estudos revelaram que a melanina apresenta capacidade antioxidante e outras propriedades, como sua atividade anti-inflamatória na regulação da produção de citocinas e aumento da fagocitose, sugerindo que ela pode servir como um agente imunomodulador.
Essa propriedade da melanina já foi observada em microrganismos patogênicos capazes de produzir melanina, observando uma relação com o aumento da virulência, resultando em proteção das células fúngicas contra oxidantes microbicidas e impedindo o desenvolvimento da resposta imune celular.
Muitas doenças se originam da transformação de melanócitos e da produção desregulada da melanina, ou seja, o pigmento está implicado na patogênese de várias doenças, além de algumas infecções fúngicas, o melanoma maligno, a doença de Parkinson, o vitiligo, entre outras.
Apesar de já existirem estudos que elucidam vários mecanismos de proteção existentes nos melanócitos para diminuir o risco representado pelo processo de melanogênese, é importante um melhor entendimento da imunogenicidade das melaninas. Entretanto, o estudo da melanina apresenta dificuldades pois, como citado anteriormente, as melaninas são insolúveis e resistentes à análise por técnicas convencionais de bioquímica e biofísica. Logo, há evidências circunstanciais de que a melanina pode ser imunogênica, mas isso não foi rigorosamente estabelecido.
Referências
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