A vida contemporânea e a rotina pesada do dia a dia têm exigido cada vez mais um autocuidado e um tempo destinado para os cuidados com o corpo, e mais do que estética, tirar um tempo para si, é também sinônimo de bem-estar. Entretanto, diante das grandes inovações do mercado, buscamos produtos cada vez mais práticos e de boa qualidade, capazes de suprir necessidades que a indústria farmacêutica tradicional muitas vezes é incapaz de suprir.
Indústria de cosméticos - Adobe Stock
Quantas vezes você já se incomodou com a textura grudenta e esbranquiçada de um produto na pele? Quando já desejou por uma maquiagem que trouxesse mais pigmentação? Já sentiu que muitas vezes o produto que você utilizava nunca fez muito efeito como o prometido pela marca?
Questionamentos como esse trouxeram a necessidade de uma revolução na produção de cosméticos, de modo a oferecer produtos que solucionam diversos problemas encontrados nas formulações tradicionais, o que hoje pode ser propiciado pela nanotecnologia! Apesar deste termo não parecer familiar para muitas pessoas, ele já está presente diariamente em nossa vida, na indústria alimentícia, de tecidos, equipamentos eletrônicos, e também nos cosméticos!
A nanotecnologia, na verdade, se trata de uma área de pesquisa e desenvolvimento de materiais em escala muito pequena, a escala nanométrica. Mas por que essa escala é tão importante?
Quando um material está em escala nanométrica, ele adquire propriedades físicas bastante diferentes das originais, permitindo que as características de um determinado material possam ser alteradas em virtude de um objetivo específico. Assim, no que tange aos cosméticos, essas pequenas partículas que contém princípios ativos, por serem menores, são capazes de penetrar com maior facilidade as camadas mais profundas da pele, fazendo com que o produto tenha uma eficácia maior.
Além disso, essas partículas permitem que muitos ativos que não são compatíveis em meio aquoso, por exemplo, possam ser incorporados mais facilmente através da melhora de solubilidade, estabilidade e liberação controlada. Isso acontece porque estas partículas (as nanopartículas) funcionam como uma cobertura para os ativos e princípios que são incompatíveis com o nosso corpo no estado em que eles são naturalmente encontrados.
Essa cobertura, pelo tamanho que apresenta, têm um contato de área/superfície maior com a pele, o que possibilita efeitos mais acentuados dos produtos. A escala nano também está relacionada com a textura e a cor das formulações, de modo que tamanhos menores possibilitam produtos mais transparentes e fluidos, o que é uma vantagem em relação a formulações tradicionalmente encontradas no mercado.
Assim, existem muitos tipos diferentes de nanopartículas e cada uma é adequada para uma finalidade diferente. No universo dos cosméticos, portanto, por se tratar de contato direto com a pele, o que se busca cada vez mais são nanopartículas baseadas em materiais de origem natural e não tóxica, diminuindo a chance de reações alérgicas e proporcionando produtos mais confiáveis e seguros, e sempre, é claro, pensando em sustentabilidade e meio ambiente!
Referências Bibliográficas
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DE MELO, Adriana; LANCELLOTTI, Marcelo; MACHADO, Daisy. Application of Nanotechnology in Cosmetics. In: Science and Applications of Nanoparticles. Jenny Stanford Publishing, 2023. p. 243-275.
LONGO, João Paulo Figueiró et al. Nanotechnology for cosmetics applications—a journey in innovation. In: Quantum Materials, Devices, and Applications. Elsevier, 2023. p. 263-278.
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